2007/02/06

Sobre o aborto

Só esta semana falei sobre o aborto, apesar de ser o tema do momento. E isto porque não creio ter nada a acrescentar a quem tem falado muito melhor do que eu faria, a defender a minha posição, o “sim”. O sim pela despenalização, mas não pela desresponsabilização. O sim pela prevenção. O sim pelo último recurso. Mas o sim convicto.
É claro que eu poderia dar-me ao trabalho de ler os argumentos pelo “não”, e então certamente passaria a ter muito por onde pegar. Era o que fazia o Luís M. Jorge, principalmente no seu anterior blogue. Eu elogio-lhe a paciência, mas confesso que não a tenho. Facilmente se entra em disputas nada construtivas entre gente que já está convencida, e não se ajuda a convencer ninguém. O problema é mais o de mobilizar as pessoas para irem votar, pois pouca gente não terá já a sua opinião formada sobre o assunto. Mas, para ajudar a convencer quem ainda precise de ser convencido, tenho lido muito bons depoimentos, especialmente (mas não exclusivamente) no excelente blogue "Sim no Referendo", especialmente criado pela despenalização, com participantes de muito variadas tendências políticas, o que eu saúdo. A eles acrescem outros textos, como este do Ricardo Alves. Vale a pena ler o texto do Ricardo, porque é dos poucos que li até hoje que desmontam o argumento de "se são dez semanas, por que não outro número de semanas qualquer"? Um terço da gravidez (treze semanas) tem um motivo.
Amanhã apresento uma selecção de textos.

2 comentários:

JSA disse...

Já agora, e se me permites a auto-publicidade, também reflecti sobre a questão de 10 semanas. Não sob uma lógica de "porquê 10?", mas antes de "porquê um limite?". Fi-lo aqui .

Vamos então a ver no que dá o próximo domingo.

Filipe Moura disse...

Obrigado, João.