2014/10/08

O Prós e Contras - RTP sobre Braga

Posso estar enganado, mas em mais nenhuma cidade onde se realizasse um debate deste género e se convocassem as "forças vivas" dessa mesma cidade se incluiria o reitor da Universidade e o presidente da Associação Académica.
Em mais nenhuma cidade - exceção talvez a Coimbra, cuja realidade desconheço em pormenor - a Associação Académica tem tamanho peso na cidade. Isso poderia ser bom se se traduzisse num maior poder reivindicativo. Infelizmente, não se vê nada disso. Praticamente não se ouve a AAUM sobre a degradação de todo o sistema de ensino superior, ou mesmo sobre temas estritamente locais, que a si lhe dizem respeito, como a baixa (comparada com outras em Portugal que eu conheço) qualidade da cantina dos alunos. Em contrapartida querem praxar no campus com a mesma impunidade com que praxam no resto da cidade - é a única reivindicação que lhes conheço.
E que diz o senhor presidente da AAUM? "A Universidade do Minho distingue-se das universidades clássicas por ter sabido criar uma identidade muito própria, que assenta em tradições próprias e da cidade de Braga, como este traje... Um sentimento de pertença à academia que é muito próprio." Nem quero saber a relevância das "tradições académicas" de Braga, nem quais são as "tradições próprias" de uma universidade com 40 anos. Foco-me neste "sentimento de pertença" à academia, neste traje que "os estudantes usam". E quem não o usar não é estudante?
O traje académico e a praxe são o símbolo não de "pertença" ao meio académico, mas de alienação do mundo exterior a esse meio.

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